Eles
são meigos, cheios de dobrinhas e fazem o maior sucesso nas redes sociais. Os
cães braquicefálicos – com a cabeça achatada –, como pugs,
buldogues, pequineses, shih tzu e lhasas derretem o coração dos donos com seus olhinhos
saltados e focinhos amassados. As características anatômicas, porém, os
predispõem a uma série de doenças.
Fique
atento
Mais cuidados para
prevenir doenças:
Coleira certa
Escolha o modelo peitoral. O de pescoço dificulta
ainda mais a respiração e pode causar acidentes oculares.
Higiene bucal
Escove os dentes de seu cão a cada dois dias. O
tamanho reduzido da cabeça gera dentes encavalados, que retêm comida e provocam
tártaro, gengivite e perda dentária.
Pele limpa
As dobrinhas de pele acumulam secreções e gordura, o
que pode levar a infecções fúngicas, assaduras e alergias. Limpe esses locais
regularmente com cotonete ou uma toalha delicada umedecida com água.
Olhos sensíveis
“Por causa do rosto achatado, os cães braquicefálicos
têm a órbita ocular rasa e são predispostos a doenças nos olhos”, alerta a
veterinária Thaís Andrade Costa Casagrande. Pancadas na cabeça e puxões muito
fortes de coleiras de pescoço podem fazer com que o globo ocular salte para
fora, alerta ela. “Caso ocorra, pegue imediatamente um algodão ou gaze,
umedecida em água ou solução fisiológica, recoloque o olho no lugar e corra
para o veterinário.” Olho ressecado, úlceras na córnea e problemas na pálpebra
também são comuns. Fique sempre atento e consulte um especialista sobre as
medidas adequadas.
A preocupação de Suellen tem fundamento, pois o focinho
curto desses cães dificulta as trocas de ar. “Se o animal ganha peso, a gordura
acumula também dentro do organismo, prejudicando a expansão das estruturas
respiratórias”, explica a médica veterinária Ana Paula Sarraff Lopes,
professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
De
acordo com ela, a alteração anatômica da cabeça pode fazer com que o cão nasça
com até três “defeitos” respiratórios: narinas estreitas, traqueia com diâmetro
reduzido e palato mole prolongado. Este último ocorre quando a estrutura que
separa a cavidade nasal da cavidade oral é comprida demais. A sobra de tecido
provoca o ruído característico que esses cachorros produzem ao respirar. As
três disfunções associadas caracterizam a síndrome braquicefálica.
As narinas e o palato mole podem ser operados, aliviando os
problemas. Nem todo cão braquicefálico tem a síndrome, mas os donos devem tomar
cuidado com o maior risco gerado pela respiração difícil: a hipertermia.
Superaquecimento
“Como os cães não suam, as trocas de calor são realizadas
apenas através do focinho e da boca”, explica a médica veterinária Thaís
Andrade Costa Casagrande, coordenadora da comissão de ética para uso de animais
em pesquisa da Universidade Positivo. A respiração problemática dificulta que
os animais resfriem o corpo. “Essas raças têm intolerância ao calor. Deixar o
cão exposto ao sol quente pode levá-lo à morte”, alerta a especialista. “Leve para
passear em horários mais frescos, ofereça água à vontade e deixe-os à sombra em
locais externos, como quintais”.
Se
o seu cão desmaiou ou começou a passar mal devido ao calor, tente resfriá-lo
imediatamente. “Molhe e coloque gelo próximo à cabeça, dê um banho e leve-o ao
veterinário”, orienta Thaís. Lá, o especialista pode aplicar soro ou oxigênio
caso seja necessário.
http://www.gazetadopovo.com.br/
foto: anilpugpuppies.blogspot
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